Indignação
Fim de semana marcado por protestos por falta de luz
O desabastecimento em conjunto com a falta de previsão de solução pela CEEE- Equatorial, somado aos prejuízos dos clientes motivaram as mobilizações
Foto: divulgação - Protestos geraram engarrafamento na BR-392 na tarde de sábado
Por Victoria Fonseca e Victoria Meggiato
Sem energia elétrica desde a madrugada de quinta-feira, o final de semana foi marcado por diversas mobilizações de clientes que exigiam algum retorno da CEEE Equatorial. Os protestos realizados no sábado bloquearam vias em Pelotas, Santa Terezinha e no Simões Lopes. Além disso, manifestantes impediram o tráfego por mais de duas horas na BR-392, em Rio Grande. Ainda na tarde de ontem havia inúmeros relatos de moradores de outros bairros sem o restabelecimento do serviço.
Na rodovia, dois trechos da pista foram bloqueados com auxílio de uma corda, vegetação e pneus. Por volta das 16h, os trechos do quilômetro três, próximo à Ponte dos Franceses, e do quilômetro 25, próximo à Vila da Quinta, estavam totalmente bloqueados. Entretanto, aproximadamente às 18h45min, de acordo com a Ecosul, houve liberação de veículos pelos manifestantes no quilômetro 25. O quilômetro três continuava bloqueado. De acordo com relatos, diversos bairros da região continuavam às escuras e os prejuízos relativos ao armazenamento de alimentos nas casas e aos comércios estavam se acumulando.

Mais cedo, conforme informações divulgadas pela concessionária do trecho, um outro protesto no quilômetro 30 da BR-392, sentido Rio Grande, próximo à Vila da Quinta, havia bloqueado a pista. Manifestantes reclamaram da falta de água e de luz na região. Mas o fluxo estava sendo liberado a cada dez minutos, conforme acordo dos organizadores com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Em Pelotas
No perímetro urbano, a tarde de sábado também foi de protesto perante a suposta falta de atendimento e de retorno do serviço da CEEE Equatorial. Na Santa Terezinha, manifestantes bloquearam a rua São Paulo, ateando fogo em galhos e pneus. Os moradores também estavam sem energia desde a madrugada de quinta-feira e reivindicavam o conserto imediato da rede. Outra mobilização foi registrada na rua Saturnino de Brito próximo ao castelo Simões Lopes. Os residentes do loteamento Ceval protestaram devido a falta de previsão de solução do problema pela empresa de energia, ocupando a rótula do local e só se dispersaram após a chegada de um caminhão da concessionária.
No domingo, quase 88 horas após o temporal que atingiu as redes elétricas, várias localidades de Pelotas ainda estavam desabastecidas. A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) chegou a compartilhar nas redes sociais que no Município havia cerca de dez mil Unidades Consumidoras sem energia e que estaria em contato constante com a Equatorial. “Os prejuízos são incalculáveis”, afirmou.
Uma das clientes que após inúmeras ligações e anotações de protocolos ainda não tinha previsão de ao menos iniciar a semana com eletricidade é Nóris Soares. Residente da Cohab Tablada, ela mora com uma irmã de 46 anos com necessidades especiais, o que agrava ainda mais a situação da indisponibilidade do serviço essencial. “Ela faz tudo na roupa, ela é acamada e nós temos que dar banho, estamos aquecendo água no fogão, gastando gás. Está muito complicado”.
A moradora relata ainda que mesmo explicando a situação e após 15 ligações ainda não havia nenhum sinal de conserto da rede. “A comida está numa caixa de isopor, os leites dela tudo estragando. Eles dizem que é prioridade [o caso], mas não fazem nada”.
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